Já faz muitos anos. Depois de um grande congestionamento em um vestibular da UFSM, que fez muitos candidatos perderem a prova, a universidade e a prefeitura se uniram para, finalmente, asfaltar a estrada que dá acesso secundário ao campus da universidade - o nome oficial é Estrada Municipal Silvio Schirmer, também conhecida como estrada de Pains. Em novembro de 2013, as primeiras máquinas entraram em cena e começaram a obra. Em 2015, o primeiro trecho chegou a ganhar asfalto. Mas os anos se passaram e, do trecho de 1,9 km de extensão, somente cerca de 1 quilômetro está asfaltado.
Em janeiro de 2017, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) assumiu e afirmou, com todas as letras, em entrevista para este colunista, que a conclusão do asfalto era uma prioridade de seu governo e que seria feita nos primeiros meses de mandato. Na metade do ano passado, o chefe de Casa Civil, Guilherme Cortez, admitiu que a obra não saiu do papel por falta de verbas, mas que a prefeitura estava fazendo o possível para conseguir os recursos.
Agora, um ano após o governo Pozzobom assumir, voltamos a cobrar da prefeitura, já que a queixa é geral dos moradores e motoristas que dependem da estrada. As reclamações são da buraqueira, lentidão e congestionamentos devido à baixa velocidade nos locais esburacados, e também o excesso de poeira nas casas vizinhas. Cortez afirmou, agora, que a prefeitura está concluindo uma análise das contrapartidas feitas pela empresa de condomínios Urbanes, que entrou como parceira na obra, para poder se reunir com a UFSM e definir uma data para conclusão do asfaltamento.
- Nosso compromisso está assumido de fazer a obra, mas não quero prometer uma data antes dessa reunião com a UFSM. Acredito que um prazo factível é até a metade do ano, mas não é uma promessa - afirmou Cortez.
UFSM ESPERA POR CONCLUSÃO
O reitor da UFSM, Paulo Burmann, alega que a universidade cumpriu com toda a sua parte no convênio e que, até o ano passado, vinha fazendo até consertos na estrada, como tapa-buracos, mas que não tem condições de seguir com essa manutenção a partir de agora.
- É uma obra importante para Santa Maria e também para a UFSM. Nós cumprimos com nossa parte, mas sabemos das dificuldades iniciais do mandato do prefeito e das próprias dificuldades orçamentárias da prefeitura. Porém, esperamos que a prefeitura consiga concluir o asfaltamento, até porque não é um investimento tão alto - declarou Burmann, na sexta-feira.
É lamentável que acabem sendo asfaltadas ruas de pouco movimento, enquanto vias importantes como essa quase caem no esquecimento.
MUITAS RECLAMAÇÕES
Foto: Deni Zolin
A demora de anos para concluir o asfalto de um trecho de 1,9km deixa os moradores da região e os motoristas que dependem da estrada para ir para o campus revoltados.
- É uma vergonha essa demora. Além da Faixa Nova engarrafar, até aqui a estrada vira uma tranqueira, porque os carros têm de andar devagar, em zigue-zague, desviando da buraqueira - reclama a estudante de Medicina Veterinária Mirela Viana Lopes, 34 anos.
Perto da Faixa Nova, o primeiro trecho asfaltado está em boas condições, exceto num local onde há grandes buracos, que obrigam os motoristas a ir pela contramão para não estourarem um pneu. Depois, há um trecho com cascalho, em que há buracos e muita poeira levantada por carros.
Por fim, perto do campus, há outro trecho com uma base de asfalto, que está tomado de buracos.
Moradora do residencial Novo Horizonte, a veterinária Thayse Avila, 32 anos, tem a casa a 30 metros da estrada de Pains.
- As casas e as calçadas ficam sempre tomadas de poeira. É muita poeira que vem. A gente precisa estar sempre limpando e gastando água para lavar. Além disso, às vezes eles colocam britas e, logo depois, enche de buracos de novo - reclama.